Museu da Brigada Militar supera expectativa de público na Noite dos Museus
Entre assíduos e novos visitantes, as 1.328 pessoas representaram diversas faixas etárias, desde crianças até pessoas idosas
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A Noite dos Museus é um evento tradicional para o Museu da Brigada Militar, que é vinculado ao Departamento de Ensino da Instituição e que a cada ano amplia o registro do número de visitantes. No último sábado (29/11), 1.328 pessoas de todas as idades visitaram a exposição, apreciaram a Banda da Ajudância-Geral da Brigada Militar, entre outros cantores que fizeram acústicos dentro do Museu e, em frente, valorizando as pessoas que esperaram na extensa fila para fazer a sua visitação. Do lado de fora, ainda havia a exposição de carros antigos do Centro de Motomecanização da Brigada Militar e os veículos do grupo de expositores de carros antigos de uma organização civil.
O chefe do Museu da Brigada Militar, Capitão PM Éder Silveira da Silva, contou que o planejamento da exposição e das atrações se inicia pelo menos seis meses antes da noite de realização. “A ideia da exposição na Noite dos Museus é trazer um público que não tem o costume de visitar Museus e que ainda não tenha tido a oportunidade de conhecer o nosso trabalho pela memória e pela cultura do Rio Grande do Sul,” contou, destacando os vários objetos relacionados aos fatos ocorridos no Estado. Além de peças únicas que, ao mostrar a atuação da Brigada Militar nestes 188 anos, conta também a história gaúcha, estão expostas peças raras, como a pena de escrever em ouro e em formato de pena, que o Patrono Coronel Massot foi presenteado em 1896.
Reencontros e surpresas
Décio Augusto Antônio, 76 anos, visitou o Museu com a esposa, a filha, o netinho e as amigas dele. “As armas chamam muito a atenção, eu herdei cinco garruchas do meu avô, parecidas com algumas dessas daqui. E vi na exposição uma arma que utilizávamos nos anos 1970 quando trabalhei como agente carcerário,” recordou, compartilhando suas memórias com a família. “Nunca mais tinha visto, parece que trouxe de volta os que já se foram,” revelou.
Décio já conhecia o Museu da Brigada Militar, mas Alessandra Pedroso de 23 anos e Grace Esther de 21, foram pela primeira vez. Esperavam encontrar as armas, mas também tiveram surpresas: “Conhecemos muita coisa nova e que não imaginávamos encontrar,” disse Grace.
Logo na porta de entrada que dá acesso à exposição no térreo do Museu, duas duplas de guardas, uma feminina e outra masculina, do 4o Regimento de Polícia Montada (4o RPMon), revezavam-se a cada meia hora. Os soldados PM Bruna Rosa e PM Vitória contaram que o fardamento e as armas foram utilizados pela “Escolta Presidencial” cuja principal missão era a guarda do Palácio Piratini executada pelos “Dragões Farroupilhas”. “Atualmente esta farda é utilizada em formaturas e desfiles,” destacou Bruna Rosa sobre a matéria “Escola do Cavaleiro a pé” que os habilitou a utilizar a lança.
Já no acesso à exposição do segundo andar no Museu, a recepção foi com os Alunos-Oficiais ou Cadetes PM Gomides e PM Camargo. Os futuros capitães, que estão no Curso Superior Policial Militar (CSPM), vestiam as fardas azul-ferrete, tradicionais em muitas Academias de Polícias Militares e utilizadas igualmente em formaturas e desfiles. Além da dupla de cadetes, a voz e o violão do coronel PM RR Paulo Franquilin embalou a visita ao som de clássicos do rock dos anos 1950-1970. Ele é pesquisador assíduo do Museu e, recentemente, tomou posse na Academia Brigadiana de Letras.
Crianças e jovens demonstram surpresa com objetos do século passado como o telefone e a máquina de escrever ou o título de eleitor de antigamente, relatou o museólogo do Museu da Brigada Militar, Lucas Moraes. “Sempre perguntam se podem tocar, mas não é permitido para garantir a preservação do material. Neste sentido, estamos trabalhando para termos, futuramente, réplicas dos objetos para a interação do público,” adiantou sobre uma das novidades pensadas para o público visitante. A exposição do Museu da Brigada Militar é variada e ampla, com relevância para pesquisadores, professores, estudantes e para o público em geral. É aberto para visitação entre segunda e sexta-feira das 10h30min às 18h30min.
Texto: jornalista Eliege Fante, servidora civil na PM5/BM



