Nova estrutura digital de combate ao crime completa um ano em Porto Alegre com redução de 74% nos conflitos
Copom e uso de câmeras corporais em policiais militares modificaram indicadores criminais
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Porto Alegre comemora, nesta terça-feira (30/9), um ano da nova estrutura digital de combate ao crime, formada pelo Centro Integrado de Operações e Emergência (Copom) e pelo uso de câmeras corporais em policiais militares. Os números confirmam o impacto positivo: conflitos entre a população e PMs da Brigada Militar tiveram queda de 74% após o início do uso das câmeras corporais. O resultado é composto por reduções nos registros de resistência (queda de 87%), desacato (- 70%) e desobediência (- 65%).
De acordo com o comandante do Comando de Policiamento da Capital (CPC), coronel Fábio da Silva Schmitt, as câmeras corporais permitiram reduções expressivas. “Isso significa menos confrontos, mais transparência e maior confiança da comunidade na Brigada Militar”, destaca.
Benefícios diretos
Além de contribuir para a diminuição dos conflitos, as câmeras corporais trouxeram benefícios diretos para os próprios policiais. Segundo o coronel Schmitt, houve maior segurança jurídica, com diminuição de acusações infundadas e menos procedimentos internos, como IPMs e sindicâncias. “O PM pode trabalhar com mais tranquilidade, profissionalismo e respaldo da prova audiovisual. Mesmo com menos prisões por resistência ou desacato, aumentaram as apreensões de armas, drogas e flagrantes qualificados”, complementa.
O Copom, por sua vez, também completa um ano de funcionamento. Com tecnologia de georreferenciamento, cercamento eletrônico e integração em tempo real, o centro qualificou milhares de atendimentos e agilizou o direcionamento das equipes em campo. “Esse primeiro ano mostrou que tecnologia e planejamento não substituem o policial, mas o fortalecem, tornando o serviço mais próximo da comunidade e mais legítimo”, avalia Schmitt.
Confiança e mais eficiência
Outro avanço está na documentação das ocorrências, inclusive em casos sensíveis como violência doméstica. As gravações não apenas qualificam provas, mas também proporcionam mais confiança para vítimas e mais eficiência para a Justiça.
O cenário confirma a aposta da Brigada Militar em inovação. Em meio a um crime cada vez mais sofisticado, a Corporação tem investido em inteligência artificial e recursos de vigilância para ampliar a segurança pública no estado. Câmeras corporais, videomonitoramento inteligente, drones operacionais e testes de reconhecimento facial fazem parte desse processo.
Modelo de segurança
Atualmente, cerca de 2.700 câmeras estão integradas ao sistema do Copom, enquanto as mil câmeras corporais em uso pelos PMs da Capital geram mais de quatro mil gravações por dia. Cada guarnição sai às ruas com equipamento que grava áudio, vídeo e conta com GPS, garantindo transparência e respostas mais rápidas.
“Porto Alegre hoje tem um modelo de segurança mais transparente, tecnológico e eficiente, que pode servir de referência para todo o Rio Grande do Sul”, resume o comandante do CPC.

Texto: jornalista Marcelo Miranda – SC PM5/Brigada Militar