Peças Históricas
Coronel Affonso Emílio Massot: Patrono da Brigada Militar do Estado do Rio Grande do Sul
O Cel Massot nasceu na cidade de Pelotas em 16 de outubro de 1865, exerceu a carreira de professor antes de integrar-se ao Batalhão de Reservas, em novembro de 1892, tendo obtido inicialmente o posto de Capitão. Esteve presente no Combate do Salsinho em 1893, para defesa do Estado dos revolucionários que foram agrupados no Uruguai, mostrando bravura ali e, sempre, nos combates que participou, motivo que o fez galgar postos hierárquicos superiores em seu batalhão durante a revolução.
Após a revolução solicitou dispensa da Brigada Militar, pedido que foi indeferido pelo Governador Júlio de Castilhos sob alegação de haver necessidade ainda de seus serviços. Em todas as missões que lhe foram confiadas obteve êxito e louvores. Assumiu como comandante interino da Brigada Militar em março de 1915 e tornou-se efetivo no cargo em 1917.
Dirigiu a Instituição com firmeza, dedicação e perseverança. Sucumbindo a uma enfermidade breve falece no dia 21 de novembro de 1925. Seu sucessor, Cel Claudino Nunes Pereira registrou em boletim que “O destino implacável não podia reservar à Brigada Militar golpe mais cruel que esse, quando ainda se esperava a continuação dos relevantes serviços e da eficiente administração do seu inolvidável chefe, de quem muito se orgulhava [...]”
Entre muitos realizações o Cel Massot organizou a Justiça Militar, tendo dirigido como primeiro presidente a Corte de Apelação, criou o Curso de Ensino para o aperfeiçoamento da instrução escolar da tropa e propôs a criação de uma escola de aviação para a Brigada Militar, apresentado projeto para tanto.
Orgulho da Instituição por sua competência e referência, tornou-se Patrono da Brigada Militar em 20 de outubro de 1953, razão pela qual o Museu da Brigada Militar dispõe de um espaço para homenagear e memorizar o abnegado Comandante-Geral.
Texto: Mariângela N. Pagliarini – Bibliotecária MBM Imagens: Sd Monteiro - Bacharel em Museologia MBM
Boletins históricos da Brigada Militar
De acordo com a definição feita pela Instituição, o Boletim Geral (BG) é o instrumento por meio do qual se dá publicidade aos atos e fatos da vida profissional e operacional dos integrantes da Brigada Militar e, esta publicação, revela-se como um sistema próprio de publicação dos atos administrativos de interesse da Corporação.
A produção dos Boletins, quanto a sua execução, teve quatro fases distintas, em ordem de antiguidade estas fases foram: manuscritos, por impressão tipográfica, impressos via computador e, atualmente, eletrônicos. Para a distribuição destes informativos foram usados o serviço de malotes, o correio eletrônico e a rede de internet (intranet BM). Atualmente a elaboração e a consulta são feitas on-line.
O Museu da Brigada Militar dispõe de sala própria para o acervo físico de Boletins Gerais da Brigada Militar, que são datados do ano de 1925 até 2009. Estes documentos estão disponíveis para consulta e pesquisa com agendamento prévio.
Devido a sensibilidade física dos documentos, os usuários são acompanhados na pesquisa e devem fazer uso de luvas, fornecidas pelo Museu, tanto para sua segurança como para a integridade do acervo histórico.
Texto: Mariângela N. Pagliarini - Bibliotecária MBM
Fogão de Campanha
A confecção da alimentação da tropa sempre foi uma das preocupações constantes dos Chefes responsáveis pela logística das Forças Armadas, deste modo consideravam tanto o uso das cozinhas fixas, no interior das Unidades, como o das cozinhas móveis de campanha, nas operações e exercícios.
O Museu da Brigada Militar tem em exposição o fogão modelo DBM, fabricado em 1938, pela Curitiba F.V.E., este possui seis panelas sendo quatro de pressão. De uso na cozinha de campanha, está sobre reboque com rodas de carroça, pois era normalmente tracionado por uma carga de animais e tinha como combustível a lenha. Foi utilizado pela BM em manobras.
Texto e imagens MBM
Mobiliário e escarradeira isabelina1 do Salão Nobre
O mobiliário (conjunto de cadeiras e mesa de centro) e a escarradeira(cuspideira) isabelina foram usados no Salão Nobre no Quartel do Comando Geral da Brigada Militar (1917), no comando do Coronel Affonso Emílio Massot.
O prédio do Quartel do Comando-Geral da Brigada Militar estava localizado na Rua dos Andradas, até o ano de 1927, quando teve início as obras do novo edifício, ficando o Quartel do Comando Geral provisoriamente na rua Sete de Setembro, até o ano de 1929, quando houve a conclusão do novo prédio.
A mobília centenária e a cuspideira podem ser vistos na exposição permanente do Museu da Brigada Militar.
Texto e imagem: Mariângela N. Pagliarini – Bibliotecária MBM
1 São itens de porcelana raros que retratam uma época e o gosto de uma rainha: Isabel II, da Espanha. Traziam elementos que lembravam o sentimentalismo, o amor e o carinho. Fabricadas na segunda metade do século XIX até o início do século XX, as peças isabelinas mais tradicionais eram as xícaras e os vasos.
Máquina de costura Elgin Brother
O 2º Sargento Jorge Gonçalves de Araújo ingressou na Brigada Militar em 1989, realizando o curso da EsFES em 1990. Exerceu a função de alfaiate junto ao CInt, em um efetivo que possuía inicialmente quatro alfaiates e mais de 80 costureiras, produzindo fardamentos e uniformes escolares para a Instituição. O militar foi pioneiro na descrição de todos os fardamentos, para que houvesse licitação para a confecção terceirizada das peças, a partir do ano de 1998. O Sargento Araújo é o último alfaiate ainda em atividade na BM, fato que o orgulha e lhe confere a sensação de dever cumprido.
A fábrica de máquinas de costura Elgin Brother é uma empresa brasileira que tem mais de 70 anos de existência. Sua primeira unidade fabril foi inaugurada na cidade de Mogi das Cruzes em São Paulo, no ano de 1952, com início da produção de máquinas de costura no ano de 1953 e de máquinas de costura com gabinetes de madeira no ano de 1956.
A máquina de costura existente no Museu da Brigada Militar foi usada na alfaiataria da Brigada Militar na década de 80 e é de fabricação do ano de 1985.
Texto: Mariângela N. Pagliarini – Bibliotecária MBM
Expositor de animais taxidermizados
O início da defesa ambiental realizada pela BM remonta ao ano de 1920 por meio de ordem para o policiamento visando destruição de matas, aves e abuso de armas de fogo em uma estância. Oficialmente o trabalho desta polícia iniciou em 1989 em convênio com o Ibama. Em 2005 foi instalado o Comando Ambiental da Brigada Militar, e na atualidade tem três Batalhões, situados nas cidades de Porto Alegre, Santa Maria e Passo Fundo.
Um expositor com animais taxidermizados ou empalhados, representa o trabalho do ramo ambiental da Instituição Brigada Militar, e está disponível para visitação no andar térreo do Museu da Brigada Militar. Podem ser vistos no expositor os seguintes animais: porco espinho, jaguatirica, ratão-do-banhado, coruja-da-igreja, tatu e marreca-piadeira, todos da fauna estadual.
Texto e imagem: Mariângela N. Pagliarini – Bibliotecária MBM
Movimento da Legalidade
O Movimento da Legalidade é considerado uma das maiores e mais radicais mobilizações cívicas do Rio Grande do Sul e do Brasil, tendo em vista que impediu que o golpe militar de 1964 fosse realizado já em 1961. A campanha liderada por Leonel Brizola, governador do Rio Grande do Sul, começou quando o presidente brasileiro Jânio Quadros, no dia 25 de agosto de 1961, entregou sua carta-renúncia numa tentativa fracassada de um autogolpe e a posse de João Goulart, vice-presidente, foi impedida. Frente a isso Brizola, chamou a população e a força militar do Estado para a resistência ao golpe e garantia de cumprimento da Constituição.
Como medida para derrotar a Campanha da Legalidade, os ministros militares pretenderam bombardear o Palácio Piratini, sede do governo estadual e que estava sob guarda da Brigada Militar, tal fato não aconteceu devido ao número elevado de brigadianos e de pessoas civis que o protegiam, e que segundo o comandante do exército seria uma tragédia tal a quantidade de mortos que haveria. Pela pressão popular, tanto as elites dominantes quanto os generais passaram a trabalhar por uma saída negociada que evitasse a guerra civil. Essa saída foi a emenda parlamentarista, votada em dois turnos, nos primeiros dias de setembro e aceita pelos ministros militares golpistas. Finalmente, a 7 de setembro de 1961, João Goulart assumiu a Presidência da República sob um regime parlamentarista (CamaraPoa, 2022).
Em memória deste momento histórico, que teve o protagonismo da Brigada Militar, o Museu da Brigada Militar possui um cenário montado a partir de imagem fotográfica da época.
Texto e imagem: Mariângela N. Pagliarini - Bibliotecária MBM
Objetos dos soldados da paz da ONU
Os soldados da paz das Nações Unidas atuam desde o ano de 1948, sendo esta uma incumbência tanto de homens como de mulheres. O Brasil integra as missões de paz da ONU desde o início, ajudando na condução de conflitos entre povos. A presença de brasileiros ocorreu em 42 operações de paz.
A Brigada Militar participa desde 1993 destas missões de paz, como força auxiliar das forças armadas brasileiras. Oficiais da Instituição já integraram missões como a ONUSAL em El Salvador, MINIGUA na Guatemala, UNMIK no Kosovo, MINUSTAH no Haiti, UNIOGBIS na Guiné-Bissau, UNMIT no Timor Leste e UNMISS no Sudão do Sul.
No Museu da Brigada Militar estão expostas peças que pertenceram a soldados da paz na Missão das Nações Unidas para Estabilização no Haiti (Minustah).
Texto e imagem: Mariângela N. Pagliarini - Bibliotecária MBM
Fardamentos históricos
A Brigada Militar do Estado do Rio Grande do Sul, durante sua história de quase 200 anos já adotou variados fardamentos para uniformizar o efetivo militar. No Museu da Brigada Militar estão expostos diferentes modelos (réplicas e originais) de uniformes que foram usados em diferentes épocas. Uniformes como o chamado “Papo-Roxo”, dos “Pedro e Paulo” e “Abas Largas” são possíveis de serem visualizados.
O uniforme Papo-Roxo foi registrado no ano de 1924, pelo Coronel Emílio Massot, patrono da BM. Tal nome deriva do detalhe na gola na cor azul originalmente, que perdia a cor com as lavagens e o uso e ficava na cor arroxeada, originando a alcunha que acabou sendo incorporada com o passar do tempo. Outros detalhes deste uniforme: túnica brim cáqui, fechada na frente por sete botões pretos, grandes; na parte inferior terá dois bolsos grandes, de chapa, com pestanas de um bico, fechados por um botão pequeno, esverdeado e liso; gola do mesmo tecido, com trapézios de brim azul mescla, com 7 cm de comprimento e a flecha avivada em branco e um botão preto na extremidade; platinas no mesmo tecido, presas no ombro por um botão liso, esverdeado, encoberto; calção brim cáqui; boné americano com capa de tecido caqui esverdeado circundada por um friso branco; botinas ou borzeguins pretos e perneiras pretas.
Os policiais Pedro e Paulo, duplas formadas por militares para policiamento ostensivo, tinha como fardamento usado pelos policiais do Batalhão Pedro e Paulo, posteriormente 9º BPM, conjunto composto por jaqueta de brim cáqui, fechada na frente com sete botões pretos, de massa, com as armas do Estado, calça lisa de brim, verde-oliva, capacete marrom, com o designativo “PP” e cinto de couro com coldre e porta-bastão marrons ou brancos.
Já o uniforme do Regimento Abas Largas, a fração rural da BM criada em 1950 por inspiração da polícia montada canadense, era composto por chapéu rural de feltro, modelo aba larga, na cor bege escuro; túnica azul-turquesa, fechada na frente por oito botões dourados, com quatro bolsos, sendo os superiores fechados por botão dourado, pequeno; gola em pé, inteira, cor bege escuro; mangas de tamanho regular, com canhões na cor bege escuro; e platinas de tecido bege escuro, presa na extremidade superior por um botão pequeno, dourado; culote bege escuro, com uma listra lateral, amarela; cinto VO1 com fivela dourada; cinto e talabarte brancos; botas pretas e esporas.
Texto e imagem: Mariângela N. Pagliarini - Bibliotecária MBM
1 Cinto militar de nylon com fivela de metal, é um cinto padrão de nylon com uma fivela de duas garras, permitindo adaptação de tamanho.
Peças que pertenceram a lancha Petrazzi
A lancha Petrazzi, ou General Petrazzi, foi adquirida em 1926, na Alemanha, pelos Serviços de Bombeiros da Prefeitura, que foram mais tarde assumidos pela Brigada Militar do Rio Grande do Sul, tendo sido utilizada até a década de 90. Seu nome presta homenagem ao general que era, naquela época, diretor dos Serviços de Bombeiros da Prefeitura e que se encarregou da compra.
Em virtude da capacidade dos motores desta lancha, ela auxiliou no combate de grandes incêndios ocorridos em Porto Alegre, como o do depósito de fogos de artifícios no bairro Navegantes, em 1971, e os das Lojas Americanas e Lojas Renner, no Centro da cidade, em 1973 e 1976 respectivamente.
A embarcação contava com um dormitório para quatro pessoas, cozinha e banheiro. Seus canhões permitiam que a água fosse bombeada a grande distância. Foi doada ao Museu da Brigada Militar como patrimônio histórico, mas a lancha acabou naufragando em novembro de 2021, após ventania ocorrida em Porto Alegre.
Peças que fizeram parte da lancha Petrazzi podem ser vistos no salão de exposição do Museu da Brigada Militar, assim como mais informações pertinentes a estes equipamentos.
Texto e imagem: Mariângela N. Pagliarini – Bibliotecária MBM
Fardamento feminino desenhado por Rui Spohr
Por meio da Lei nº 7.977, de 8 janeiro de 1985, as mulheres puderam ingressar na Brigada Militar (BM) não somente como servidoras civis, mas como militares de carreira. Na primeira turma entraram 135 mulheres e o acontecimento ocorreu em fevereiro de 1986.
O primeiro fardamento feminino da BM foi criado por um dos maiores estilistas gaúchos e referência em moda feminina, Rui Spohr. Para a apresentação dos modelos da coleção foi realizado um desfile no Palácio Piratini em 1986, no governo de Jair Soares.
O estilista desenvolveu oito modelos de inverno e verão, desde capas de chuva até trajes de gala. O uniforme de trabalho era composto por saia-calça e blazer ajustado na cintura por um cinto para colocação de coldre. Outros componentes do vestuário eram: chapéu, capa longa, bolsa. A cor cáqui foi adotada mantendo a que já era usada pela BM, apesar de ter havido proposta de utilização das cores da bandeira do RS.
No Museu da Brigada Militar um dos uniformes femininos, criado por Rui Spohr, pode ser visto em expositor, além de fotos do desfile de apresentação realizado no Palácio do Governo no ano de 1986.
Texto: Mariângela N. Pagliarini – Bibliotecária MBM
Armas de guerra - Lanças
As lanças foram armas usadas pela cavalaria nas Guerras do Paraguai e Farrapos, iniciadas nos anos de 1835 e 1864 respectivamente.
Na Guerra dos Farrapos ou Revolução Farroupilha foram usadas clavinas mosquetões e lanças e espadas nos combates. Nas batalhas desta guerra foram utilizados diferentes tipos de lanças, que mediam normalmente 2,50 m. Os modelos usados eram lança punhal e lança cruzeta triangular ou em forma de meia-lua, além de algumas improvisadas com facas na ponta. Considera-se que a lança foi a principal arma desta guerra, e era notável a habilidade no seu manejo pelos cavaleiros.
Na Guerra do Paraguai além de clavinas foram usadas lanças, em formações para batalhas que repetiam o método francês de combate. Na histórica batalha do Avaí, comandada por Manoel Luís Osório, o Marquês do Herval, foram utilizados apenas sabres e lanças em um embate onde esteve presente somente a cavalaria.
O Museu da Brigada Militar tem expostas lanças que foram usadas durante as guerras mencionadas.
Texto e imagens: Mariângela N. Pagliarini – Bibliotecária MBM
Portões do Regimento do Caty
O quartel do Caty, localizado em Santana do Livramento, abrigou o 2º Regimento de Cavalaria Provisório, adido à Brigada Militar, sob o comando do Tenente-coronel João Francisco Pereira de Souza, subordinado diretamente a Júlio de Castilho, presidente do Estado.
A Unidade era responsável pela guarda do município de Santana do livramento e dos municípios da fronteira oeste do Rio Grande do Sul.
O quartel estava localizado em uma coxilha próxima à fronteira e suficientemente afastado de qualquer cidade, e foi o primeiro quartel do Rio Grande construído de acordo com modernas exigências técnicas de engenharia. Possuía iluminação a gás acetileno, rede de água e esgoto. No seu entorno foi organizado um núcleo colonial, que provia a tropa e familiares dos gêneros necessários; instaladas escolas, diversas oficinas e pequenas indústrias.
Seu nome tem origem no arroio com o mesmo nome, que nasce na Coxilha do Japeju, próxima ao Cerro das Catacumbas, e vai dar no Rio Quaraí, passando próximo ao quartel. Funcionou entre os anos de 1896 e 1909, tendo sido desativado por ordem de Carlos Barbosa, presidente do Estado.
Texto e imagens: Museu da Brigada Militar
Motocicleta Harley-Davidson 1200 cc
Os primeiros modelos das motocicletas Harley-Davidson foram lançados no ano de 1922, em Fresno nos Estados Unidos, sendo aperfeiçoadas em 1940. O Museu da Brigada Militar possui uma destas motocicletas, já com o design estabelecido nos anos 70, sendo que este veículo automotor, também, é de fabricação deste ano.
As motocicletas do mesmo tipo da peça exposta foram usadas nos serviços de batedor e patrulhamento da Brigada Militar em estradas estaduais e em operações de escolta, até o final da década de 1990. Estes veículos do fabricante Harley-Davidson ainda são usados pela Brigada Militar, como na ROCAM do 33º BPM da cidade de Sapucaia do Sul.
Designer gráfico: Al Of Pedro
Texto: Mariângela N. Pagliarini - Bibliotecária MBM
Imagens: Sd Roger -MBM
Campanha da Legalidade: a submetralhadora de Leonel Brizola
Durante a Campanha da Legalidade, movimento para que João Goulart assumisse a presidência da República em 1961, foram utilizados como armas os revólveres 38 para os civis, soldados e cabos com mosquetões e submetralhadoras INA, sargentos com carabinas 30 e oficiais com pistolas Colt 45. Leonel Brizola empunhava em suas aparições uma submetralhadora. Eram também armamentos da Brigada a metralhadora Schwarzlose, o fuzil-metralhadora Ceskoslovenzká Zbrojovka (FMZB) e a pistola automática Royal. Houve por parte do Estado a solicitação de três mil revólveres 38 à empresa Taurus e controle do transporte aéreo feito pela Varig (Markun; Urchoeguia, 2017).
Leonel de Moura Brizola, governador do Rio Grande do Sul e líder da Campanha, usava uma submetralhadora INA. As primeiras submetralhadoras fabricadas no Brasil foram a M950 e M953. O pioneirismo coube à̀ Indústria Nacional de Armas, a “INA”, empresa estabelecida em 1949 na cidade de Santo André, São Paulo. Era um projeto de origem dinamarquesa, a Madsen M1946, e produzida sob licença até 1972. A diferença principal em relação ao desenho original foi a mudança do calibre, que passou do 9 mm para o 45, que era a munição padrão então em uso pelas nossas Forças Armadas (Mirapolicial, 2020, online).
Texto: Mariângela N. Pagliarini - Bibliotecária MBM
Imagens: Sd Roger - MBM